A música Haiti aponta situações históricas de desrespeito aos direitos humanos que chamam a atenção do mundo pela sua gravidade, mas que ainda persistem. Você saberia identificar tais situações e por que o autor faz esta aproximação entre os dois países?
Cidadania supõe garantia de direitos: civis, políticos, sociais... E se não são garantidos, "ninguém, ninguém é cidadão". Isso dá o que pensar! Quando afinal os "ninguém" passarão a ser "alguém"?
Que entidades você conhece que defendem os direitos humanos? É possível se envolver e participar deste trabalho? Que compromissos podemos assumir?
Faça um levantamento de ações existentes em sua comunidade. Convide lideranças para debater o assunto. Incentive ao esclarecimento e à participação na luta pelo respeito aos direitos fundamentais de qualquer pessoa, pobre ou rica, branca ou negra.
Musica
Haiti
Interpretação: Afroreggae
Composição: Caetano Veloso e Gilberto Gil
Quando você for convidado pra subir no adro
Da fundação casa de Jorge Amado
Pra ver do alto a fila de soldados, quase todos pretos
Dando porrada na nuca de malandros pretos
De ladrões mulatos e outros quase brancos
Tratados como pretos
Só pra mostrar aos outros quase pretos
(E são quase todos pretos)
E aos quase brancos pobres como pretos
Como é que pretos, pobres e mulatos
E quase brancos quase pretos de tão pobres são tratados
E não importa se os olhos do mundo inteiro
Possam estar por um momento voltados para o largo
Onde os escravos eram castigados
E hoje um batuque um batuque
Com a pureza de meninos uniformizados de escola secundária
Em dia de parada
E a grandeza épica de um povo em formação
Nos atrai, nos deslumbra e estimula
Não importa nada:
Nem o traço do sobrado
Nem a lente do fantástico,
Nem o disco de Paul Simon
Ninguém, ninguém é cidadão
Se você for à festa do pelô, e se você não for
Pense no Haiti, reze pelo Haiti
O Haiti é aqui
O Haiti não é aqui
E na TV se você vir um deputado em pânico mal dissimulado
Diante de qualquer, mas qualquer mesmo, qualquer, qualquer
Plano de educação que pareça fácil
Que pareça fácil e rápido
E vá representar uma ameaça de democratização
Do ensino do primeiro grau
E se esse mesmo deputado defender a adoção da pena capital
E o venerável cardeal disser que vê tanto espírito no feto
E nenhum no marginal
E se, ao furar o sinal, o velho sinal vermelho habitual
Notar um homem mijando na esquina da rua sobre um saco
Brilhante de lixo do Leblon
E quando ouvir o silêncio sorridente de São Paulo
Diante da chacina
111 presos indefesos, mas presos são quase todos pretos
Ou quase pretos, ou quase brancos quase pretos de tão pobres
E pobres são como podres e todos sabem como se tratam os pretos
E quando você for dar uma volta no Caribe
E quando for transar sem camisinha
E apresentar sua participação inteligente no bloqueio a Cuba
Pense no Haiti, reze pelo Haiti
O Haiti é aqui
O Haiti não é aqui.
Para conversar:
A luta pelos direitos humanos só existe por força daqueles que não se conformaram com as injustiças.
Faça uma pesquisa sobre a luta de Gandhi, de Mandella, de Martin Luter King, de D. Helder Câmara, de Chico Mendes, de Ir Dorothy e outros tantos que defenderam a causa dos excluídos porque entenderam que a paz só é possível pela prática da justiça.
É possível viver com sentido sem abraçar a causa de melhorar a vida das pessoas?
Referência: <http://www.mundojovem.com.br/datas-comemorativas/direitos-humanos/dinamica-direitos-humanos-sem-direitos-ninguem-e-cidadao.php> Acesso em: 20-07-2011.